segunda-feira, junho 21, 2004

Os que estiverem mais acostumados a reflectir longamente sobre a bola reconhecem de subito uma epifania. Ha que ter a sensibilidade quasi-religiosa de um devoto do futebol mas também o espirito critico e terra a terra que distingue aqueles que veem o jogo da tribuna daqueles que veem o jogo do peao (tranquilidade, pequena e media burguesia intelectual, assinante da Sport Tv, defensores de Luis Filipe Madeira F. e demais ouvintes: chegaremos a esta discussao num outro momento). A epifania é a centelha que distingue um Calita de um Borreicho. A epifania é o momento magico em que Lobao faz um corte limpo e sai a jogar com a bola dominada (nao é por acaso que a comunidade cientifica dedica em media mais tempo ao Cometa Halley que ao central brasileiro). A epifania é, apos meses de desanimo com este projecto, conhecer pessoalmente o portento senegales que aterrorizou a defesa de toda e qualquer equipa que tenha passado pela Reboleira entre 93 e 96, o camisola 9 que ostenta a arrepiante estatistica de 4 golos em 3 epocas mas muitos quilometros palmilhados, que em algumas noites de inspiraçao incendiava Milovacs e quejandos com a tecnica de dribble que Wayne Rooney se dedica hoje em dia a aperfeiçoar no estadio do Louletano ou noutro qualquer do Neuro2004, esse gigante cuja compleiçao fisica corresponde a dois Rui Barros e meio Marco Nuno.

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