terça-feira, outubro 12, 2004

A Caderneta da Bola S.A.D. reúne de novo e, perdoem-nos a megalomania, qual Paulo Jorge ou Diego Armando, torna a calçar as chuteiras e a regressar aos relvados. Os motivos? Ainda que tudo aquilo que dissemos há mais de um mês seja cada vez mais actual (vide a recente proliferação de blogs dedicados à digitalização de imagens de ex-jogadores, publicações sem qualquer interesse ou ensejo de explorar a fundo a argamassa de que é feita a memória e a história), os contratempos pessoais de várias ordens não vejam fim imediato, as separações internacionais temporárias estejam devidamente consumadas, a verdade é que de vez em quando dá-nos a vontade a nós deescrever e, pelos vistos, a muito adepto, semi-clandestino amante datragicómica esfera desportiva, a vontade de continuar a ler. O compromisso primeiro de começar o desafio partiu de nós mesmos e afinal, se a escrita deve rolar trimestral como a Taça de Portugal, que assim seja e que ninguém se chateie. Se a bola portuguesa caminha para o seu próprio velório, feito de infortúnios, erros de cálculo, lesões graves e Gilbertos Madaís, pois estaremos cá, feitos acólitos do apócrifo, a escarnecer das velinhas que ajudamos a acender. Sobre o plágio, enfim, será, em última análise, uma falta de respeito pelo leitor, pressupor que este possa não o identificar e perder o seu farol de justiça para com o mais importante: o futebol lendário, apátrido panteão com letra maiúscula. E daí extrair mais uma lição dada pela bola lusa, em parábolas como a do 'Novo Eusébio', prenunciada e simbolicamente trazidas a lume em momento próprio, ou da lenda de Alex àsombra de Artur no Estádio do Bessa: o original, o fundamento, o princípio,não existe, pelo que o que se chama cópia é um mero mimetismo de baixa estirpe, por essa mesma estirpe identificado. O que não invalida o que dissemos do machista e cabotino Borda d'Água para Yuppies. Em suma, foi necessário parar um bocado, sentir a falta do cheiro do balneário, experimentar o que é 'não pensar em algo para recordar', para voltar amergulhar no passado, no nosso e de quem lê, de quem joga lendo e falando. E agora, bola ao centro, para a segunda parte.

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